Pesquisa sobre empregabilidade de PcD mostra que Lei de Cotas promove inclusão social e colabora para o aumento do poder aquisitivo dos beneficiários

São Paulo, 13 de março de 2020 - Uma pesquisa encomendada em 2018 pelo Ministério Público do Trabalho em São Paulo ao IBOPE entre pessoas com deficiência (PcD) revelou que 89% dos entrevistados consideram que a Lei de Cotas as ajuda em diversos aspectos relacionados ao mercado de trabalho. Para 86% dos entrevistados, a lei de cotas promove o aumento da visibilidade social e 82% creditam a ela o aumento do poder aquisitivo das PcDs.

A pesquisa - do tipo quantitativa procurada, foi apresentada durante a primeira reunião plenária de 2020 da Câmara Paulista para Inclusão da Pessoa com Deficiência no Mercado de Trabalho Formal, dia 11 de março. O objetivo da pesquisa é, a partir desses dados, compor uma ferramenta de apoio no planejamento de ações pelo fomento da inclusão desses profissionais.

As entrevistas foram feitas entre julho e setembro de 2019 no município de São Paulo e na Região Metropolita, com uma mostra de 510 pessoas por meio de seleção aleatória com abordagem pessoal na saída de eventos e em instituições que realizam atendimentos a pessoas com deficiência. O objetivo, segundo a procuradora Elisiane dos Santos, foi identificar a relação das pessoas com deficiência com o mercado de trabalho, suas dificuldades e anseios, fazendo análise do perfil das pessoas com deficiência que buscam colocação no mercado de trabalho e também das que estão empregadas, a fim de orientar ações e estratégias eficientes de inclusão da população no mercado de trabalho.

A pesquisa mostrou que o trabalho desperta sentimentos positivos nos entrevistados. Quando levados a pensar espontaneamente sobre o assunto, as palavras Alegria, Independência, Dignidade foram as mais lembradas. Quando perguntados sobre oportunidade de emprego, os entrevistados avaliam que o Plano de Carreira é o aspecto mais importante (18%), seguido de vagas compatíveis com o perfil (14%).

Mais da metade dos entrevistados, 52%, estavam desempregados e entre os que trabalhavam, a maioria, 62%, ocupava cargo operacional. Mais da metade dos entrevistados empregados trabalham no comércio (54%), em atividade social (19%) e em empresas de prestação de serviços (15%). Entre estes, quase dois terços afirmam que no seu local de trabalho não foram feitas adaptações específicas para recebe-los.

A pesquisa também mostrou que cerca de 4 em cada 10 entrevistados atuam há pouco tempo –até seis meses –na empresa onde trabalham ou por conta própria. Somente 4 atuavam há mais de 15 anos na mesma empresa/instituição ou por conta própria.

A questão salarial também foi outro ponto abordado. Considerando o emprego atual, a maioria afirma que não teve seu trabalho reconhecido – 77% não recebeu promoção e 68% não recebeu capacitação (cursos) pela empresa; metade acredita que o salário que recebe é um pouco adequado.

"Atualmente, menos de 1% da população de pessoas com deficiência economicamente ativa está empregada (0,9%. Fonte: RAIS 2017) e a maior parte das empresas descumpre a cota, alegando suposto desinteresse da pessoa com deficiência ou outras desculpas para descumprir a Lei. A pesquisa mostra que os trabalhadores valorizam a legislação de inclusão, enxergam no trabalho um sentido para suas vidas, buscam crescimento pessoal e plano de carreira, como quaisquer outras pessoas em idade ativa para o trabalho", afirma a procuradora do Trabalho Elisiane dos Santos, responsável pelo projeto da pesquisa.

Clique aqui para ver a pesquisa

 

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