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Desfile de coleção criada por transexuais e refugiados encerra etapa do projeto Faces e Sustentabilidade 2022, do MP

São Paulo, 11 de novembro de 2022 - Um desfile de roupas confeccionadas por pessoas imigrantes refugiadas, transexuais e vítimas do tráfico de pessoas e do trabalho escravo fechou os trabalhos do projeto Faces e Sustentabilidade etapa 2022, reunindo alunas, alunos, apoiadores e um público eclético no palco da Agência São Paulo de Desenvolvimento na noite de 9/11.

As peças foram criadas por um grupo de pessoas acolhidas pelo projeto Faces e Sustentabilidade, uma iniciativa do Ministério Público do Trabalho (MPT) em parceria com a Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e apoio da Organização Internacional do Trabalho (OIT). O projeto surgiu em São Paulo com o intuito de conectar processos interdisciplinares e proporcionar a capacitação para o trabalho decente para populações em situação de vulnerabilidade social e que já estiveram em situação de exploração humana tais como trabalho escravo sexual, tráfico de pessoas, xenofobia, discriminação.

Lançado em 2020, o projeto promove oficinas de capacitação profissional com o intuito de fomentar o desenvolvimento inclusivo e sustentável, baseado na dignidade, no trabalho decente e na economia criativa, conforme os objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS) da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU).

As oficinas de capacitação profissional em crochê foram realizadas pelo estilista Gustavo Silvestre, responsável pelo projeto Ponto Firme, com pessoas em situação de vulnerabilidade social, incluindo imigrantes, profissionais do sexo, pessoas trans, pessoas vítimas ou propensas ao tráfico de pessoas, que já tinham experiência prévia ou familiaridade com costura, crochê, bordado e trabalhos manuais. "Sempre o desfile é além das expectativas. A gente fica ali trabalhando muito de perto e não consegue ver, enxergar o todo, e no dia do desfile eu fico mais feliz, mais surpreso do que eu imaginava” afirma Silvestre. “Ver o resultado do trabalho dessas pessoas que não encontravam perspectivas em suas vidas é uma alegria. Para mim e para elas”, finaliza o estilista.

Ao abrir o desfile, o procurador Geral do Trabalho José de Lima Ramos Pereira elogiou o trabalho de cada profissional envolvido e comprometido com trabalho apresentado, que faz da moda um instrumento de transformação social: “a igualdade, a inclusão, a criação de oportunidades para o trabalho digno e decente e o reconhecimento de talentos e habilidades são tendências que nunca saem de moda”, lembrou Lima. “Desde o início desta iniciativa, no auge da pandemia da Covid-2019, foram totalizadas 308 oficinas de capacitação. Este projeto revela-se comprometido com os fundamentos da República Federativa do Brasil ao fortalecer a cidadania, a dignidade da pessoa humana e os valores sociais do trabalho, proporcionando o sentimento de pertencimento no cenário social, como seres humanos dotados de talentos e de habilidades, ao mesmo tempo que nos comprometemos em erradicar a pobreza e a marginalização, por meio da promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”, finalizou o procurador Geral do Trabalho.

José Lima, procurador Geral do Trabalho
José Lima, procurador Geral do Trabalho

Para o idealizador do projeto, o procurador do Trabalho Gustavo Accioly, o desfile foi um ato de resistência. “Estamos esta noite aqui com a finalidade de quebrar o silêncio em torno de um problema que transforma o ser humano em mercadoria. O MPT acredita que promover o trabalho decente tem o poder de quebrar o ciclo perverso de vulnerabilidade social. Temos como norte a Agenda da ONU 2030, que explicita que para alcançar o desenvolvimento sustentável é preciso haver o enfrentamento ao tráfico de pessoas, a erradicação do trabalho escravo e a promoção do emprego pleno e produtivo e o trabalho decente para todos”, afirmou o procurador.

Entre as pessoas que participaram da produção do desfile, duas estilistas transexuais, Lolla e Lorrany, ambas ex-alunas do projeto, que atuam hoje como mentoras, professoras e incentivadoras dos novos alunos e alunas, como contam: “Nós demos aulas para as meninas, ajudamos quem vem chegando porque já viemos da primeira turma do projeto e agora estamos produzindo com essa nova turma. Pra a gente é muito gratificante poder compartilhar um pouco do que a gente aprendeu no decorrer da nossa vida com outras pessoas. Aprender também com elas também é maravilhoso", sorri Lorrany, enquanto ajuda uma das modelos a vestir a roupa. Do outro lado do bastidor, Lolla, egressa do sistema prisional, fala sobre a nova perspectiva de vida que descobriu ao lado de seus colegas e suas colegas: “o que é importante nisso tudo é que a gente conseguiu entender que existem diferenças e o quanto que nossas diferenças juntas é uma força só. São pessoas de diferentes países, diferentes dores, diferentes dificuldades que gerou esse trabalho. Então a gente tem que juntar as nossas dificuldades e as nossas dores e construir um país melhor e aproveitar essa oportunidade que temos. É isso." acrescenta.

As tecelãs Lolla e Lorrany
As tecelãs Lolla e Lorrany

Thais Dumêt, Oficial Técnica em Princípios e Direitos Fundamentais no Trabalho da OIT, instituição que apoia o projeto desde o início, explica o motivo da longa parceria: "A OIT foi criada há mais de um século, e o principal princípio da instituição é que não há paz sem justiça social. E justiça social significa igualdade de direito para todas as pessoas, igualdade de condições. Esse projeto é sobre restituir direito, esse projeto é sobre justiça, sobre trabalho decente, geração de renda, dignidade a que todas as pessoas têm direito. Mas mais do que isso, esse projeto tem brilho!"

Gustavo Accioly e Thais Dumêt
Gustavo Accioly e Thais Dumêt

Estiveram presentes no evento o procurador-chefe do MPT em São Paulo, João Eduardo de Amorim; a vice-procuradora Geral do Trabalho, Maria Aparecida Gugel; as procuradoras do Trabalho Ana Claudia Monteiro, Ludmila Reis Brito Lopes, Tatiana Bivar Simonetti, a desembargadora Catarina von Zuben, amigos e apoiadores como Caroline Trentini, Marina Morena, Bela Gil, Flor Gil, Beto Pacheco, Dani Pontes entre outros convidados.

Caroline Trentini, Bela Gil e Flor Gil
Caroline Trentini, Bela Gil e Flor Gil

Membros do MPT e do TRT2
Membros do MPT e do TRT2

 

Texto: Amanda Fuzita
Supervisão e edição: Ludmila di Bernardo

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