Alunos da rede municipal de ensino participam de oficina sobre trabalho infantil realizada pelo MPT no Parque Ibirapuera
Festa no parque reuniu cerca de 4 mil crianças e adultos para comemorar os 80 anos da educação infantil na cidade de São Paulo.
Para sensibilizar as crianças e seus familiares para a importância da escola e do estudo para exercer uma profissão no futuro, no dia 17 de outubro a Coordinfância (Coordenadoria Nacional de Combate à Exploração do Trabalho da Criança e do Adolescente) do Ministério Público do Trabalho, representada por sua coordenadora, a procuradora do Trabalho Elisiane dos Santos, realizou a oficina "O que você quer ser quando crescer?”, por onde passaram mais de mil crianças.
A oficina, que contou com o apoio do FPPETI - Fórum Paulista de Prevenção e Erradicação do trabalho Infantil, aconteceu durante as comemorações dos 80 anos da Educação Infantil Paulistana, evento organizado pela Prefeitura da Cidade de São Paulo no Parque Ibirapuera. Durante toda a manhã de sábado, cerca de 4 mil pessoas passaram pelas tendas montadas no gramado para brincadeiras, apresentações artísticas, oficinas e contação de histórias.
“A oficina tem como foco levar às crianças e aos pais a mensagem de que o melhor caminho para um trabalho digno é a escola. É preciso estudar, brincar, ser criança. O trabalho, enquanto atividade produtiva, deve ser buscado na idade própria. E para tanto é preciso que a criança estude, que o jovem se qualifique, para alcançar a profissão dos seus sonhos”, explicou Elisiane.
A ação também tem como objetivo alertar os pais para os prejuízos do trabalho infantil no desenvolvimento biopsicosocial de crianças e adolescentes. Ao escolher a profissão que deseja exercer na vida adulta a criança e os pais foram orientados sobre a importância do estudo e, como brincadeira, a criança ganhou uma caricatura com a caracterização da profissão escolhida. “Tivemos médicas, juiz de direito, cantora, cozinheiro e até médica-cantora, fada-cantora. Através da brincadeira a criança constrói a imagem positiva do estudo para a formação profissional no futuro, desconstruindo os mitos que naturalizam o trabalho infantil", completou a procuradora do Trabalho.
Além da orientação sobre o tema e a caricatura da profissão, as crianças receberam um porta-trecos contendo lápis, bloco de notas e régua, uma cartilha sobre trabalho infantil e um exemplar do game “Infância Livre”, produzido pelo MPT.
Vanessa Bergamasso, mãe da pequena Mirela, de 5 anos, que quer ser jardineira quando crescer, aproveitou a manhã ensolarada com a filha no parque e se entusiasmou com a iniciativa. “Acho muito importante que entidades promovam esclarecimentos sobre o trabalho infantil de forma lúdica e clara, como está sendo aqui. Sou estudante de pedagogia e também quero passar essa mensagem aos meus colegas e alunos”, afirmou.
Estiveram presentes também o vice-presidente da ANPT (Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho), procurador Ângelo Fabiano Farias da Costa; a vice-coordenadora nacional da Conaete, Christiane Nogueira, e o vice-procurador chefe do MPT no Pará Rafael Dias Marques. Passaram pela tenda do MPT o secretário Municipal de Educação, Gabriel Chalita, a secretária adjunta, Emília Cipriano e a coordenadora da São Paulo Carinhosa, Ana Estela Haddad.
MPT na Escola
Há pouco mais de um ano, em setembro de 2014, a prefeitura da Cidade de São Paulo assinou um acordo de cooperação com o MPT para a implantação do projeto “MPT na Escola - De mãos dadas contra o trabalho infantil”, cujo objetivo é levar o debate da erradicação do trabalho infantil para a comunidade escolar e a sociedade em geral.
O projeto está sendo implantado em oito escolas da Rede Municipal de Ensino, localizadas em áreas de alta vulnerabilidade social nos bairros Tremembé, Jaçanã, Pirituba e Santo Amaro. O desenvolvimento em sala acontece por meio de cartilhas ilustradas com história e atividades pedagógicas destinadas aos alunos. Os debates realizados com os estudantes enfocam o Estatuto da Criança e do Adolescente, o ECA, conscientizando as crianças sobre a proibição do trabalho infantil e a necessidade de proteção do trabalhador adolescente.
O MPT realiza as oficinas de formação, fornece o material de apoio pedagógico e faz o acompanhamento do desenvolvimento das atividades e a avaliação da execução do projeto.