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Arte contra o trabalho infantil é premiada no MPT-SP

Trabalhos de poesia, música e artes plásticas feitos por crianças de escolas públicas em Francisco Morato (SP) ganharam o Prêmio Peteca 2015

Nove crianças entre 10 e 12 anos receberam hoje (25/11) a premiação do Programa de Educação contra a Exploração do Trabalho da Criança e do Adolescente, o Peteca, na sede do Ministério Público do Trabalho (MPT) em São Paulo. As crianças produziram pinturas, desenhos, poesias e músicas alertando contra a exploração do trabalho infantil, orientadas por seus professores e com base em cartilhas do projeto nacional MPT na Escola. Os melhores trabalhos foram trazidos ao MPT-SP para serem apresentados e premiados.

Crianças premiadas e as procuradoras Elisiane, Ana Elisa e Rosemary
Crianças premiadas e as procuradoras Elisiane, Ana Elisa e Rosemary

“É muito importante para vocês nessa idade brincarem e estudarem, e só. Trabalhar, nem pensar”, disse às crianças o procurador-chefe do MPT-SP Erich Vinícius Schramm ao abrir a cerimônia. “Hoje vocês serão os homenageados”. Um dos vencedores foi João Vitor Mariano Ferreira, da Escola Municipal José Bezerra Sanchez (Francisco Morato - SP), com o poema “Diga ao Trabalho Infantil N-A-Õ” (trecho):

No trabalho rural, doméstico
ou até mesmo na rua
a criança que trabalha
perde a infância que é sua.

Para a procuradora Rosemary Fernandes Moreira, iniciadora do projeto MPT na Escola em Guarulhos, “a gente vê que os trabalhos feitos pelas crianças evidenciam que elas estão estudando esse assunto durante as aulas”. A procuradora ainda parabenizou coordenadores, professores e pais dos alunos por contribuírem com a iniciativa de conscientização. “Pela análise que fizemos dos trabalhos recebidos, percebemos que os educadores conseguiram sensibilizar essas crianças”, concordou a procuradora Ana Elisa Segatti. 

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“Peço a todas as crianças que estão aqui que aproveitem essa fase de muitas brincadeiras, tenham muita dedicação na escola. A escola é o melhor caminho para um trabalho digno e decente no futuro”, afirmou Elisiane dos Santos, coordenadora nacional da Coordenadoria Nacional de Combate ao à Exploração do Trabalho de Crianças e Adolescentes – Coordinfância. Na semana passada foram celebrados os 15 anos desde a criação da Coordinfância no MPT, e sete anos desde a criação do MPT na Escola e do Prêmio Peteca.

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A estudante Kethlyn Santos Oliveira, da Escola Municipal Radialista Jaime Gonçalves, venceu na categoria Desenho – Artes Visuais, com o trabalho “A Tristeza do Trabalho Infantil”. Melissa Santos Vieira, da Escola Municipal Fanny Goldberg, ficou em primeiro na categoria Composição – Paródia, com a música “Terra cadê seu futuro?”. Junto com o estudante João Vitor, Kethlyn e Melissa receberam computadores com impressoras. As crianças do segundo lugar ganharam tablets e as do terceiro ganharam máquinas fotográficas. Além disso, todas receberam kits contendo um DVD com o jogo de computador do MPT contra o Trabalho Infantil, que pode ser trabalhado em sala de aula.

Peteca

O Programa de Educação contra a Exploração do Trabalho da Criança e do Adolescente (Peteca) consiste num conjunto de ações voltadas para promover debates nas escolas de ensino fundamental e médio dos temas relativos aos direitos da criança e do adolescente, especialmente o trabalho infantil e a profissionalização do adolescente. Adotando a estratégia da multiplicação dos saberes, o Peteca realiza oficinas de capacitação e sensibilização de profissionais da educação, que atuam como coordenadores municipais do Programa e coordenadores pedagógicos. Estes, por sua vez, debatem com os professores os temas estudados nas oficinas, elaborando plano de ação para abordagem em sala de aula e promoção de eventos que permitam ampliar o debate para toda a comunidade escolar.


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A operacionalização do Peteca ocorre por meio de parcerias firmadas com as Secretarias Municipais de Educação, que indicam profissionais para atuar como coordenadores locais do Programa. Os profissionais indicados são capacitados e sensibilizados por meio de uma Oficina, realizada anualmente, com carga horária de 16 horas. Após as oficinas municipais, os coordenadores escolares repassam os conhecimentos aos demais educadores das respectivas escolas, que juntos elaboram o plano de ação escolar, com base no qual os são debatidos com os alunos em sala de aula e com os pais, por ocasião das reuniões, palestras e demais eventos promovidos pela escola. Os alunos são estimulados a produzir tarefas escolares, demonstrando os conhecimentos adquiridos por meio de desenhos, pinturas, músicas, paródias, contos, poesias e histórias em quadrinho, dentre outras modalidades.

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