Produzido com recursos destinados pelo MPT, filme ‘Pureza’ teve sua pré-estreia em São Paulo na terça-feira (26/04)
Baseado em história real, o filme retrata a submissão da pessoa ao trabalho análogo ao de escravo e foi custeado com verba destinada pelo MPT. A pré-estreia ocorreu concomitantemente em São Paulo e Belo Horizonte. O filme estreia nas salas de cinema de todo o país no dia 05 de maio.
São Paulo, 27 de maio de 2022* - O procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho em São Paulo, João Eduardo de Amorim, representou o órgão na pré-estreia do filme “Pureza”, em São Paulo. O drama / biografia, com 101 minutos de duração, retrata com base em fatos reais a submissão da pessoa humana a condições análogas às de escravos, a partir da realidade do aliciamento de mão de obra.
O evento foi promovido pelo Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais do Trabalho (Sinait), como parte das atividades de comemoração do Dia do Auditor Fiscal do Trabalho. O filme foi produzido com recursos de diversas fontes de financiamento, inclusive o Ministério Público do Trabalho (MPT), que destinou verba oriunda de penalidades aplicadas em ação civil pública ajuizada pelo órgão.
Inspirado em fatos reais, o filme narra a história de Pureza Lopes Loiola, que residia na cidade de Bacabal (Maranhão) e passou três anos à procura do filho Abel, desaparecido em 1993, após ser aliciado por agentes do trabalho escravo para trabalhar em um garimpo na cidade de Itaituba – PA. Pureza percorreu o interior do Maranhão e do Pará, em peregrinação por garimpos, carvoarias, madeireiras e plantações. Nessa busca, ela vaga de fazenda em fazenda e testemunha os abusos e absurdos de formas degradantes de trabalho, encontrando um sistema de aliciamento e cárcere de trabalhadores rurais. Em seguida, Pureza inicia uma longa luta para denunciar o trabalho escravo, mobilizando entidades como a Pastoral da Terra e indo a Brasília pressionar o poder público. Os depoimentos e informações que ela colheu tornaram-se denúncias que foram investigadas posteriormente.
“Muitos fatos me honram de desempenhar a Pureza no cinema, entre eles, a própria personagem em si. Conhecia a Pureza, não pessoalmente, mas pelo seu histórico e pela sua importância antiescravista. Ela é uma mulher abolicionista espontânea, natural. Ela não vai em busca do filho para se descobrir uma mulher abolicionista. Ela simplesmente é abolicionista”, destaca a atriz Dira Paes, que interpretou Pureza na obra cinematográfica.
Para o diretor, Renato Barbieri, a participação da rede institucional de combate ao trabalho escravo, que reúne mais de 20 organizações nacionais e internacionais, foi de grande importância para a realização do filme. “Deram apoio absolutamente essencial para que essa longa história de doze anos fosse contada no cinema”, afirma o diretor.
Em 1997, Pureza recebeu o "Prêmio Anti-Escravidão", medalha oferecida anualmente pela Anti-Slavery International, organização não-governamental do Reino Unido que faz campanha contra o trabalho escravo. O filme já participou de 35 Festivais Nacionais e Internacionais, ganhador de 28 Prêmios em 18 países e tem como protagonista a atriz Dira Paes.
Trabalho Escravo no Brasil - Segundo dados do observatório de Erradicação do Trabalho Escravo e do Tráfico de Pessoas do Ministério Público do Trabalho, entre 2003 e 2018, foram resgatados mais 45 mil trabalhadores vítima de trabalho escravo, em todo o Brasil. Apenas no primeiro semestre deste ano, de acordo com informações do Painel de Informações e Estatísticas da Inspeção do Trabalho, 231 pessoas foram resgatadas de trabalho escravo no Brasil.
* Texto baseado em release da Ascom PRT3